A forma de tributação é uma questão muito debatida no Brasil. No entanto, pouco se fala sobre como os impostos afetam de forma desigual diferentes segmentos da sociedade. A tributação sobre o consumo, por exemplo, é um dos principais fatores que aumentam a desigualdade social em nosso país.
Para entender melhor como isso funciona, vamos dar um exemplo simples. Imagine duas pessoas: uma com renda alta e outra com renda baixa. Ambas vão a um supermercado e compram um pacote de arroz. O preço do produto é o mesmo para as duas pessoas, mas o impacto dos impostos na renda de cada uma é bastante diferente.
Enquanto a pessoa com renda alta pode pagar o preço do arroz sem comprometer significativamente sua renda, a pessoa com renda baixa precisa gastar um percentual muito mais alto de sua renda com o mesmo produto, fazendo com que muitas vezes abra mão de comprar outro produto para poder comprar o alimento. Isso ocorre porque os impostos sobre o arroz incidem da mesma forma sobre ambos, independentemente de sua renda.
Este cenário evidencia como a tributação sobre consumo acaba impactando mais as pessoas que ganham menos. Enquanto a pessoa com renda alta pode consumir produtos sem preocupação com o impacto dos impostos em sua renda, a pessoa de baixa renda precisa fazer escolhas e sacrifícios para conseguir adquirir os mesmos produtos.
Essa situação acaba aprofundando a desigualdade social, já que as pessoas de menor renda são as que mais precisam lidar com o peso dos impostos sobre o consumo. Além disso, muitos dos produtos mais consumidos por esse grupo de pessoas, como alimentos e produtos de higiene básica, são os que mais sofrem com a tributação elevada.
Como vimos, a tributação sobre consumo tem um impacto desigual na renda da população brasileira, prejudicando especialmente aqueles com menor poder aquisitivo. Uma opção muito utilizada por outros países, que diminuiria essa desigualdade, seria concentrar a maior parte da tributação do pais na renda da população. Ao tributarmos a renda, aqueles que têm mais condições financeiras contribuiriam de forma proporcionalmente maior para os cofres públicos, o que permitiria uma distribuição mais igualitária da carga tributária em nosso país. Além disso, uma tributação sobre a renda seria mais transparente e permitiria que as pessoas planejassem melhor seus gastos, já que saberiam exatamente quanto vão pagar de impostos.